O Presidente da Liga dos Chineses em Portugal, Y PING CHOW, diz que eu “não tenho uma visão estratégica” em declarações ao Diário de Notícias. O véu está levantado e agora estamos em condições para começar um debate de fundo e urgente. O DN fez uma reportagem séria, que saiu ontem, sobre a polémica das mercearias asiáticas, séria porque colocou a minha opinião sobre o tema de onde ela nunca saiu – há um problema sério de negócios do país, de venda do país, que nada tem a ver com a origem das pessoas, que devem ser por todos acolhidas. Esse problema é na Auto Europa que recebe subsídos nossos para montarmos carros alemães e é um problema de sermos inundados com produtos de reprodução da força de trabalho (roupas, alimentação) de péssima qualidade, oriundos da Ásia, para compensar os baixissimos salários dos portugueses que pagam a dívida, dívida que paga os subsídios, também.
Fui à procura da visão estratégica de Y PING CHOW e fiquei surpreendida. Encontrei uma longa entrevista sua onde diz que não “viveu bem o 25 de Abril porque já era patrão antes e continuou patrão depois”, que o chinês é “de raça empreendedora”, “prefere ser a cabeça da cobra a ser o rabo do boi”, que temos falta de auto estima por não compreendermos a venda da EDP. Explica que gosta de ser tratado por patrão – neste caso de vários restaurantes e lojas (como é óbvio o negócio “familiar” é uma empresa capitalista que escoa superavits chineses e é financiado com isenções fiscais portuguesas – de 5 anos, pagas com os nossos impostos – e subsídios da China para estes conseguirem moeda europeia). Referiu que já mudou muitas vezes de ramo. Acrescento eu que não sei se é o caso em particular, mas em geral este sector muda de ramo ao fim de 5 anos – já repararam que estas lojas de repente fecham portas e ao lado abre outra igual – porque perdem a isenção fiscal paga por nós via aumentos sucessivos de impostos. A entrevista vale a pena ser lida até ao fim e está aqui em link.
Dizer só que a minha visão estratégica passava por não deixar vender uma empresa estatal – a energia de todos nós, a EDP – a grupos privados. E agora passa por expropriá-la e devolvê-la aos portugueses. E a minha visão de economia não passa por “mercearias, lojas de perfumes e roupas” feitas com chineses a trabalhar na China por 70 dólares por mês e uns entrepostos comerciais – ditas lojas – que aqui vendem esses produtos péssimos para conseguir moeda estrangeira. Aliás, a minha real visão estratégica do mundo passa por não ver mais chineses da Foxcon que trabalham 12 horas por dia a mandarem-se das janelas, mas sim a porem fim à ditadura da burocracia do PC Chinês e sua elite de “raça empreendedora”. No fundo, passa por cortar a cabeça da cobra e fazer de todos nós seres humanos livres, com direito a pão e poesia.
Reportagem do DN em pdf aquilisboa cosmopolita-4
Não posso deixar de estar de acordo com tudo o que critica,mas a sempre um mas que na minha opinião é o que leva ao descalabro tanto Portugal como a Europa, ou seja, a grande maioria dos artigos exportados da Ásia que eu conheça, vêm para Itália são etiquetados e são espalhados como italianos,mas mais grave ainda, basta qualquer pessoa seja da Autoridade Tributária ou um cidadão comum, não passam qualquer factura, além do mais todo o sistema informático está em chinês e português o que é muito estranho e então estamos a falar de milhões em Iva não pago.
Fracos são mesmo os nossos politicos. Na verdade toda a economia depende de energia, combustíveis, água, transportes, etc etc.. deveriam saber que, e até pela dimensão de Portugal, não há espaço para termos concorrência efectiva à EDP, à EPAL, à GALP, etc pelo que estes recursos fundamentais deveriam manter-se nas mãos do Estado garantindo os governantes uma gestão digna e a custo justo. desta forma teriamos seguramente uma economia mais competitiva.
Por outro lado será forçoso que o mundo ocidental volte a impor regras à importação pois, não é possível às nossas economias sobreviverem a concorrer com o dumping asiático que utiliza mão de obra infantil e reclusos como operários de indústria…impossivel que um produto industrial que se vendia no mercado internacional por 8 euros em 31.12.2004 tivesse passado a entrar na europa (inmportado da Ásia) por 5,5 euros em 2.01.2005…
Nas lojas dos chineses nem entro…mas os (des)governantes têm que nos explicar bem as isensões fiscais dessa gente…
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