Vamos começar um estudo nacional às condições de trabalho e vida de todos os enfermeiros portugueses e a trabalhar em Portugal. O estudo durará 3 anos. Universidade Nova de Lisboa, Instituto Superior Técnico, Observatório para as Condições de Trabalho e Vida.
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Burnout Desgaste Doença Mental
Caros amigos, a quem segue a página, deixo em link os nossos estudos, ou resumos dos mesmos, sobre burnout, desgaste, condições e organização do trabalho. Agradeço as mensagens enviadas a propósito do programa Prós e Contras. Esta minha página não aceita mais “amigos” mas aceita “seguidores”, são muito bem vindos a ficar por aqui a debater estes e outros temas.
https://observatoriocondicoesvidaetrabalho.wordpress.com/projetos/
O Governo sabia de tudo
Em 2016 coordenei na UNL um estudo sobre a evolução das condições de trabalho dos médicos no SNS depois da Troika, onde a partir das variáveis tempo de trabalho, salário e idade previmos as consequências que se vivem hoje, ao detalhe, com números de entrada e saídas, reformas, números de internos, desgaste; etc. no SNS. Todos os cenários aparecem agora à vista de todos, incluindo o pior deles – a degradação do sistema público virá sempre acompanhada da degradação ainda maior do sistema privado. Dito em palavras simples no fim não se salva ninguém, muito menos no sector privado. Este estudo foi entretanto revisto, ampliado e publicado em livro pela Âncora este ano com o título História do Serviço Nacional de Saúde em Portugal. Aqui fica o link de 2016 onde poderão ver com o mais ínfimo detalhe cada número relacionado com os profissionais do SNS e as previsões que fizemos. O Governo de António Costa conheceu então os resultados que foram tornados públicos pelo então Presidente do CRSul da Ordem dos Médicos, Dr Jaime Teixeira Mendes, cirurgião pediátrico que dedicou a vida ao SNS e por quem tenho enorme admiração e respeito. Portugal é assim: pode-se governar fingindo que não se sabe, não se conhece, não se é responsável, os dias sucedem-se uns aos outros na cada vez maior mistificação política, perante as tragédias anunciadas e previstas.
Esta versão da Âncora conta ainda com as previsões feitas agora em 2019 pelo economista Eugénio Rosa para os próximos anos no campo do SNS, dívidas ao sector privado por sub orçamentação e ADSE.
“Evolução do Esforço Médico no SNS depois do “Memorando de Entendimento” (Ordem os Médicos/Universidade Nova de Lisboa)
“Evolução do Esforço Médico no SNS depois do “Memorando de Entendimento” (Ordem os Médicos/Universidade Nova de Lisboa)
https://raquelcardeiravarela.files.wordpress.com/2017/04/livro-estudo-sns-varela-guedes-1-fevereiro-2016.pdf?fbclid=IwAR0I6AToT9Ztulrlx4xJf8EEBkgvI9GJjVBiFRzbEUsqAMDbhSpX9oUBtZ8
Exaustos
Exaustos – aqui o link completo para o programa sobre burnout, condições de trabalho e vida em Portugal. Em meu nome e de toda a equipa da UNL-IST um obrigada a esta equipa da RTP pela excelente reportagem que realizaram.
Relatório Desgaste Rápido, burnout e condições de trabalho do pessoal de voo
Versão Resumida para Divulgação
Relatório completo
RELATORIO_PVOO
Relatório Desgaste Rápido, burnout e condições de trabalho do pessoal de voo
Quem Cuida dos Cuidadores? burnout e exaustão nos locais de trabalho.
“Diz-me como trabalhas, dir-te-ei como bebes”. Uma parte das bebidas, medicamentos e drogas que se tomam são para aguentar os insuportáveis ritmos de trabalho. Ainda que até os próprios os vejam como comportamentos aditivos. Passa-se que muitos chegam às férias e deixam estes consumos compulsivos, que são autodoping. Dia 9 estarei na Unidade de Alcoologia de Coimbra para falar sobre condições de trabalho em Portugal, saúdo a Dra Ana Feijão, responsável pela unidade por ter inserido os estudos do trabalho na sua unidade.
Palestra Quem Cuida dos Cuidadores: burnout e exaustão nos locais de trabalho.
Burnout, condições de trabalho e vida do pessoal de voo em Portugal
Caros aqui o link da nossa conferência de apresentação do estudo de desgaste, burnout, condições de trabalho e vida do pessoal de voo em Portugal.
Burnout e desgaste rápido
Durante um ano medimos e análisamos os coeficientes de burnout, desgaste, exaustão, condições de trabalho e vida do pessoal de voo em todas as companhias em Portugal. A taxa de exaustão é transversal a todas as companhias – e é a mais alta até hoje medida em Portugal – 92% dos profissionais mostram sinas de exaustão, com uma parte substancial de doenças já diagnosticadas relacionadas com o trabalho. Isto prende-se com uma combinação de factores de excesso de horas de horas de trabalho, desmotivação, sobrecarga, jetlag e turnos, entre outras variáveis mais complexas que estudámos. Na Ryanair contudo o burnout é 23% maior que a média de todas as outras companhias, e o assédio é 320% acima das outras companhias. 50% do pessoal de voo sente-se assediado, nas outras companhias a média é 15%. Os resultados serão apresentados por mim, pelo sociólogo Roberto Della Santa e pelo matemático Henrique Silveira, teremos ainda a presença do psiquiatra Coimbra de Mattos. A entrada é livre quer aos media quer aos investigadores de outras áreas e público em geral.
Cooperar e ajudar dá saúde
Para recuperar parte da sua humanidade muitos trabalhadores nas nossas pesquisas têm revelado estratégias incríveis. Cito apenas algumas. Enfermeiros que pedem para ir trabalhar para os cuidados paliativos, professores para o ensino especial; uma professora que se sentiu mais bem tratada no IPO do que na escola onde dá aulas, e, até, num caso, uma professora de matemática que está feliz agora a dar aulas na prisão….
Denunciando-nos – nos grupos focais – para estudo do burnout que são levados pelas metas a falsificar registos (de avaliação de alunos, e de registo de doentes), a praticar actos que os levam ao sofrimento ético (falsas avaliações, tarefas irracionais e inúteis, que não ajudam ou cuidam de aluno, ou do doente), e na ausência de lutas colectivas que resistam e mudem isto, estes homens e mulheres encontram soluções individuais para combater o seu sofrimento no trabalho. Como? Procurando conforto em zonas limite onde há menos regras competitivas e sem sentido, e mais espaço de autonomia e decisão para os profissionais em causa, ou onde são cuidados em vez de assediados. O ambiente de trabalho regular tornou-se tão hostil que estes trabalhadores podem ser melhores enfermeiros e melhores professores, na sua plenitude, sem mentir a si próprios, em doentes terminais, presos, crianças com graves fragilidades. Onde podem exercer a sua humanidade como profissionais, sem mentir no seu brio laboral, sem serem vigiados por uma hierarquia irracional.
Os locais de trabalho tornaram-se espaços doentes porque foi introduzida a competição, que esgarçou a cooperação. Se há algo na nossa natureza é a cooperação, produzimos hormonas de bem estar quando cooperamos, cooperar protege-nos da solidão (a depressão é na verdade, e talvez sobretudo, um alerta do corpo para a solidão).
A fina ironia da história do capitalismo e do mundo laboral pós anos 70: na prisão há mais liberdade de trabalho do que numa escola ou hospital, no leito da morte encontram mais esperança do que na sala de consulta. Pensem nisto.
Morrer no Trabalho e por causa do trabalho?
Morrer no Trabalho por causa do trabalho?
Desafio o Governo a responder a uma pergunta: há ou não mais mortes de docentes – desde logo enfermeiros, médicos e trabalho nos transportes, fábricas e logística onde há horário de laboração contínua- em e no trabalho depois de 2008? Estes casos são coincidências ou são karoshi (morte por excesso de trabalho reconhecida como tal no Japão)?
– Professora Marina Cláudia Costa Pereira Cabral, docente de História da Escola Secundária Campos Melo, falecida em 14 de junho de 2019 enquanto lançava na respetiva plataforma informática as notas atribuídas aos seus alunos. Esta docente estava ainda responsável pela correção de 60 provas de aferição e também realizava atividade de vigilância em salas de exame.
– Professora Rosa Maria Correia Guilherme, docente de Inglês do Agrupamento de Escolas de Manteigas, falecida na sala de aula em 13 de março de 2019;
– Professor João Paulo Seco, docente do 1.º Ciclo da Escola Básica da Quinta da Paiã, Odivelas, que integra o Agrupamento de Escolas Braamcamp Freire, falecido em 29 de abril, aparentemente, pouco depois de ter enviado ao coordenador de estabelecimento, por email, documento administrativo que elaborou;
– Professora Elizabete Cristina Rodrigues de Almeida, docente de Inglês da Escola Básica e Secundária de Fajões, sede do Agrupamento de Escolas de Fajões, no concelho de Oliveira de Azeméis, falecida no início de junho de 2019, aparentemente enquanto corrigia testes de avaliação dos alunos.
Burnout e desgaste
Nestes dois links têm a entrevista que demos sobre burnout e desgaste e condições de trabalho e vida dos docentes portugueses. Estes dados resultam de uma colecta de 2 milhões de dados e uma análise de uma equipa multidisciplinar:
Equipa Científica do Inquérito Nacional sobre as Condições de Vida e Trabalho (INCVTE) na Educação em Portugal (“Burnout”):
• Professora Doutora Raquel Varela, Historiadora do Trabalho, IHC-NOVA, IISH
• Professor Doutor Roberto della Santa, Cientista Social, Niep-UFF/UFRJ/ NOVA
• Professor Doutor Henrique Silveira, Matemático, Camgds/IST/UL
• Professor Doutor António Coimbra de Matos, Psicanalista e Psiquiatra
• Professor Doutor Duarte Rolo, CPSC, Paris5 et Institut de Psychologie
• Professor Doutor Roberto Leher, Biólogo, Educador e Reitor da UFRJ
• Professor Doutor João Areosa, Sociólogo, ESCE/IPS e CICS/NOVA
• Professor Doutor António Mendes Pedro, Psicólogo, UAL/UC/Paris13
• Doutor José António Antunes, Médico, Especializado em Saúde Pública
• Anna Paulla Artero Vilela, Géografa, Mestranda pelo CEGeT/UNESP
• Professora Doutora Luísa Barbosa Pereira, Antropóloga, FCSH/NOVA
Desgaste no Pessoal de Voo
Estarei amanhã nesta conferência, de entrada livre.
Vem a Direcção do SNPVAC convidá-lo a assistir à conferência sobre o Desgaste e Penosidade da Profissão de Tripulante de Cabine a realizar no dia 2 de Abril, pelas 15:00, no auditório do Metro de Lisboa, no Alto dos Moinhos.
Nesta conferência estarão presentes como oradores o Professor Luís Xarez (Faculdade de Motricidade Humana), Dra. Raquel Varela (Investigadora da Universidade Nova) e Dra. Teresa Paiva (centro de electroencefalografia e neurofisiologia clínica).
Burnout Desgaste e Condições de Vida
Mal encontre um tempinho livre quero contar-vos a maravilhosa aventura que foi fazer este trabalho numa equipa de cooperação, como foi escrever junto com posições distintas, críticas construtivas, saber recuar, aprender de novo, ouvir, ouvir muito. Foi o momento mais gregário e distinto que vivi na minha vida académica, e entre pessoas com idades, saberes, e mesmo teorias distintas. Agora partilho para já o link. São 2 milhões de dados, sobre os docentes portugueses. Deixo-vos aqui em acesso livre o nosso estudo sobre burnout, desgaste, trabalho e condições de vida dos professores em Portugal. Trata-se de um dos estudos mais amplos alguma vez realizado a nível mundial sobre as condições de trabalho de um sector. Estamos agora a analisar dados semelhantes para o Pessoal de Voo de aviação civil e também para os estivadores e logística. Ou seja, em breve Portugal terá uma radiografia da sua população trabalhadora ímpar , analisada por uma equipa transdisciplinar e internacional.
Click to access JF_INCVTE_20182.pdf