Ando há alguns anos a tentar escrever a história do 25 de Novembro e da esquerda militar, vou acumulando dados e trabalho de arquivo, dezenas de entrevistas, mas ainda não me sentei a escrever. Havia e há uma pergunta central, “quem fez sair os Páras?”. Os envolvidos deram-me, todos, o nome, um nome, mas com a promessa de que só quando essa pessoa estivesse morta o publicaria. Otelo também me pediu isso (não foi ele claro que os fez sair, já agora). Tal resposta ajuda a compreender muito o papel dele (ficaria mais bem visto aos olhos do regime, de certa forma, clarificando o papel dele, diria ingénuo nesse dia – termo que usei com ele nas nossas longas conversas e almoços em Oeiras, com imenso respeito e admiração como já referi). A sua lealdade falou mais alto: “Raquel Varela pá, só quando ele morrer, pá, é que peço para o publicar – até lá prometa não o fazer, pá“. Dizia 3 vezes pá a cada frase. Para mim como historiadora da revolução saber e publicar isto é um trunfo enorme, embora não se deva exagerar o valor desta pergunta no quadro do processo, mas sobretudo ajuda-me a explicar um puzzle muito complexo.
Não o publicarei claro, como me comprometi – a pessoa continua viva, como compreendem, e Otelo morreu sem mágoa alguma por não ter essa parte da sua vida esclarecida porque a sua lealdade aos camaradas sobrepunha-se.
Assinalo que essa tem sido a minha experiência com quase toda a chamada esquerda militar – deram-me arquivos privados para as mãos, pediram-me sigilos difíceis, confiando, nunca esconderam divergências com o Grupo dos 9, sem porém ataques vis ou ressentimentos, apesar de terem sido presos no 25 de Novembro, mais de 100 destes oficiais, e de terem visto golpistas como Spínola agraciados e PIDEs perdoados. Tenho de facto a sensação que me fui cruzando ao longo destes anos com uma das melhores coisas que este país produziu (e não tenho simpatia pessoal nem pela instituição militar nem pela luta armada). Volto à esquerda militar. Um grupo de homens que, tal como Otelo, tiveram o poder ou podiam ter tido mas queriam realmente entregá-lo ao povo. Essa noção – que se substitui de certa forma ao poder popular democrático ( a que chamamos substitucionismo) é errada – dar o poder ao povo ou conquistá-lo com o povo não são a mesma coisa – daí a minha questão com a democracia laboral, é por aí que se muda um país a sério e não pelas forças armadas ou a luta armada. A esquerda nunca saiu debaixo do MFA em 74-75, ainda que da ala do MFA de esquerda. O atraso das forças políticas em Portugal permitiu o poder popular expandir-se, o vazio foi ocupado pelas comissões (sovietes à portuguesa) mas ao mesmo tempo deixou-o sem uma direção – assim é a dialéctica da vida, assim é a história, um desencontro de tempos. Este desencontro é o busílis de toda a história.
Ainda assim a esquerda militar, de que Otelo será sempre o líder de facto, tem esse dom de nunca ter desejado o poder pelo poder. Entregaram-no aliás. Com uma enorme ingenuidade e generosidade juntas. Eram (muitos ainda são) românticos revolucionários tal como Otelo. Não me parece por isso escandaloso que o Estado declare luto nacional por Spinola – chefe de dois golpes de Estado e ligado à direita bombista – e à irmã Lucia, uma criança que viu uma “aparição”. E não o declare a Otelo. Otelo sempre foi maior do que o Estado, independente dele, sempre foi também muito maior do que as fronteiras de Portugal. Ontem o mundo inteiro noticiou a sua morte. Por causa da sua vida. Otelo estava desde o 25 de Abril, com muitas incoerências, de certa forma, como alguém aqui lembrou com graça, de luto pelo Estado português e profundamente ligado ao povo a que o mesmo Estado pouca importância tem dado ao longo da história deste país.
Há uma coerência nesta decisão de não haver luto nacional – se pensarmos com generosidade histórica, Otelo foi maior do que o Estado. Onde o luto seria marcante era nas camadas populares – temo que porém 45 anos sem lutas sociais marcantes (sobretudo desde 1984-86 a anemia sindical é galopante) não ajudarão a memória que este dia merecia. A esperança que ele encarnou não existe hoje – Otelo tinha esperança e desejo de futuro, mesmo aos 83 anos esse tom esperançoso, que é uma fé numa classe social, mais do que um traço de optimismo subjectivo, nunca o abandonou – essa ausência de cinismo e resignação é uma das qualidades centrais das grandes figuras históricas que marcam, com apoiantes e detratores, as nações. Estes homens ficam para a história, por isso também. Pela sua confiança nas pessoas comuns.
“Estes homens ficam para a história”.
E quem não decretou luto nacional, também: ficará na História por o não ter decretado.
A declaração ou não de luto nacional, parece-me pouco relevante, já que isso em nada diminui a figura e a importância de Otelo. Poderá sim diminuir o estatuto dos recusaram fazê-lo, mas os medíocres nunca fizeram história.
No entanto, a morte do nosso herói foi pretexto para que um enorme chorrilho de ressaibiados, saudosos do antigo regime e que nunca levantaram um dedo para o defender, inundassem as redes para apelidar Otelo dos piores impropérios, acusações crimes.
Vejamos. Comparando a violência de esquerda com a da direita (de que esses nunca falam), temos que nunca foi objectivo das FP25 assassinar crianças. Já a rede bombista tinha por objectivo central eliminar personalidades concretas. Acresce que os cabecilhas e principais operacionais dessa rede, embora bem conhecidos e denunciados publicamente, nunca foram julgados, menos ainda condenados. Otelo, pelo contrário, foi julgado e absolvido. É essa diferença essencial que me leva a pensar que a campanha levada a cabo nas redes pela direita, não esteja preocupada com as mortes propriamente, mas sobretudo com pretextos para atacar Otelo, não tanto pela sua ligação às FP25, mas fundamentalmente porque foi um homem profundamente de esquerda, preocupado com o povo e que fez a revolução pacífica que transformou Portugal e até teve importantes repercussões internacionais.
A Raquel tem toda a razão quando diz que hoje a esperança dele morreu.
Temos de voltar a reconstrui-la. Não há outro caminho.
Testemunho
Estava numa Base da Força Aérea no ano em que se deu atentiva de golpe do 25 de Novembro. pela madrugada entraram paraquedistas armados…
Para mais informações disponha, para a verdade dos factos históricos
Boa tarde Raquel Varela.
Volto a comentar o assunto “Otelo” porque, de alguma forma. quero entendê-lo.
Nunca fui, nem serei de esquerda, provavelmente, nem de direita. Digamos que tal como não gosto da maioria dos “ismos”, também sou avessa a rótulos. Tenho princípios e valores básicos e fundamentais, dos quais não abro mão, em circunstância alguma, e que me ajudam a ser o mais isenta possível nas minhas apreciações, análises ou observações, e que fazem com que, a maioria das vezes, os de esquerda me chamem fascista e os de direita esquerdista. Tenho igualmente, amigos em todos os quadrantes político/ideológicos.
Este é, assim, o motivo principal pelo qual pretendo entender Otelo, e que me levou a procurar informação detalhada acerca do mesmo.
E foi nessa minha busca, via internet, e nas informações que recebi de pessoas que com ele conviveram diretamente, que ou são meus amigos ou pessoas por quem tenho certa consideração, que descobri algo não direi extraordinário mas muito desagradável e triste, como o são normalmente as politiquices e o apetite voraz pelo pelo poder..
Com exceção do seu papel no 25 de Abril, quase toda a informação que existe acerca de Otelo é confusa e contraditória.
A informação oficial/legal é difícil de localizar mas não impossível, foi através dessa informação que conclui que, sim, tem razão, Otelo Saraiva de Carvalho foi ilibado dos crimes de sangue “Em Setembro de 2003, Otelo Saraiva de Carvalho foi absolvido no âmbito do processo-crime n.º 396/91 que contra si pendia relativo aos crimes de sangue levados a cabo pelos membros das FP-25.” https://dre.pt/web/guest/pesquisa/-/search/3367325/details/maximized?perPage=100&q=Decreto-Lei+n.%C2%BA+72%2F2010%2C+de+18+de+junho
Duvido que a maior parte dos que homenageiam Otelo tenham conhecimento deste facto, tal como, a maioria dos que o desprezam.
E a maior parte dos cidadãos portugueses não sabe nada acerca desta absolvição porquê?
Pois é, porque não foi divulgada pela comunicação social. E não foi porquê?
Bem, é exatamente aí que está o busílis da questão. Tudo, acerca da vida pública de Otelo, é uma grande confusão ou desinformação que nada têm de acidentais e que dão a tudo isto a dimensão de algo que detesto “histórias mal contadas”:
Dá ideia que muita gente sabe muita coisa mas que por qualquer motivo não pode falar, incluindo o próprio Moita Flores, na altura inspetor da PJ, que entre outros, tinha o caso das FP25 entre mãos.
Que grandes segredos e personagens estão por detrás de toda esta trama? E porque o escondem do “povo” por quem “supostamente” foi feita a revolução. Como se diz na minha terra “valores mais altos se alevantam”.
Causa-me perplexidade quando dizem que Otelo foi o estratega do 25 Abril. Ele obviamente comandou as operações e foi a face visível, mas a revolução nunca teria acontecido se os da face invisível não o tivesse permitido.
Em 1973, em Angola, já todos os militares sabiam que se preparava um golpe. Só os anjinhos da PIDE é que não sabiam? Que cheiro a esturro.
Para finalizar deixo o post que publiquei acerca do assunto Otelo, no meu perfil do Facebook:
“A história, que nos é próxima, é sempre difícil de analisar, pela carga de emoções que transporta nos corações daqueles que, de diferentes perspetivas, a recordam, analisam e contam.
Ontem, morreu um homem que sempre identifiquei como um homem mau mas que por todos é considerado o grande estratega do 25 de Abril, a quem devemos o fim da guerra colonial e a liberdade.
Fiz questão de falar com quem o conheceu de perto, antes da revolução, e de ler ou reler informações diversas acerca deste homem que desperta paixões opostas em muitos portugueses.
Deixa-me sempre um pouco perplexa o facto de referiram o 25 de Abril como o fim da ditadura Salazarista, uma vez que Salazar, essa figura igualmente controversa da nossa história recente, já tinha morrido, há anos, e como se o facto de Marcelo Caetano ser, na altura, o Presidente do Conselho de Ministros /Primeiro Ministro fosse apenas um pormenor sem importância.
Na verdade, não sei bem quem foi Marcelo Caetano, o homem das Conversas em Família, nem o que pensava.
Por alguns, foi visto como um liberal e opositor de Salazar, com quem viveu uma longa guerra fria, para outros, como um antidemocrata. com ideias próprias, apostado no desenvolvimento do país, ainda que um forte defensor do colonialismo mas não da Guerra Colonial.
Seja qual for a perspetiva em que o olhemos, o que é facto é que a sua tomada de posse como Presidente do Conselho de Ministros foi acolhida com entusiasmo por grande parte dos portugueses.
Mas, como tive ocasião de observar, em 1972 ou 73, as expetativas, que muitos tinham, não se concretizaram e Marcelo Caetano passou de uma “esperança” a persona non grata, em menos de cinco anos.
A memória que aqui vou partilhar, vista pelos olhos de uma miúda de 12 ou 13 anos, julgo que manifesta bem a desilusão e essa passagem de Marcelo Caetano a persona non grata.
Naquele tempo, sempre que entrava uma figura de Estado, importante, em qualquer lugar, era normal que o “povo” se levantasse e batesse palmas.
Fui, nesse dia, com os meus pais e uns amigos, assistir a uma prova de saltos, no Hipódromo do Campo Grande, lugar frequentado por gente comum, como nós, amante de cavalos mas, também, pelo jet set da época.
Marcelo Caetano fez a sua aparição, com a comitiva que o seguia, quando a Prova estava quase a iniciar. A larga maioria do público permaneceu sentada. Ouviu-se um aplauso aqui e outro ali que foram morrendo, dramaticamente, por falta de sustentação.
Marcelo Caetano fez, com a sua comitiva, o resto do caminho, até ao seu lugar, rodeado de um profundo, constrangedor e significativo silêncio.
Interrogo-me se o 25 de Abril se teria dado se Salazar ainda estivesse vivo e em condições de governar.
Mas os ses nunca acrescentam nada à história, nem à realidade dos factos.
Duvido, contudo, seriamente de que o 25 de Abril se tivesse dado se o tal Jet Set, presente naquele evento e muitos mais do ausente, não estivesse tão gravemente descontente com a governação de Marcelo Caetano.
Duvido que a malha apertada da PIDE não tivesse desmantelado, à nascença, qualquer tipo de conspiração contra o Estado Novo, se muitos dos que o sustentavam, até aí, não se tivessem rebelado, por perda de benefícios ou por expetativas goradas, talvez perdendo, a partir de certa altura, o controlo do que realmente queriam fazer.
Essa dúvida morrerá comigo. Quando os anos e a distância o permitirem, talvez a História conte aos nossos descendentes o que realmente se passou.
Internacionalmente esperava-se o fim da Guerra Colonial e o fim da ditadura ou, pelo menos, a abertura económica do país. Provavelmente, por essas e outras razões, todos se mantiveram na posição de observadores, incluindo os EUA, durante a “Revolução” e nos anos conturbados que se lhe seguiram.
Quanto a Otelo Saraiva de Carvalho muita coisa se disse e diz, desde grande camarada de armas, bom homem e amigo do seu amigo, a estratega do 25 de Abril, passando por terrorista das FP25 ou como o homem, da frase de má memória, que almejava meter os seus opositores na Praça de Touros do Campo Pequeno.
Todo o ser humano é um ser complexo e, por vezes, contraditório e ambivalente.
Ainda que a verdade seja sempre só uma, a cada um de nós apresenta ou pode apresentar apenas uma das suas faces.
Há quem acredite que Otelo foi usado por diferentes vertentes políticas e interesses. Há quem diga que como foi ilibado no Processo FP25 isso significa que não teria quaisquer responsabilidades nas ações desse grupo.
Há quem diga que era apenas um terrorista com desvarios de grandeza.
A verdade estará algures entre tudo isso. O homem, Otelo, morreu, como acontece a todos os seres humanos.
A verdade da sua vida, porque é vida pública e, seja de que forma for, marcante na história recente de Portugal, essa, talvez, um dia, seja totalmente conhecida.
Por hora, morreu apenas o homem, não as memórias que deixou.
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https://dre.pt/web/guest/pesquisa/-/search/3367325/details/maximized?perPage=100&q=Decreto-Lei+n.%C2%BA+72%2F2010%2C+de+18+de+junho
O texto da Teresa é tão confuso, contraditório e relativista que confesso ser difícil comentá-lo. Respigo apenas um ou outro ponto mais decisivo.
Teresa considera Otelo um homem mau (ponto assente) e faz depender a opinião de fontes díspares para relativizar, ou seja, diluir a coisa.
Se assim é, então como considera outras personagens da época como o cónego Melo, a rede bombista, o MDLP e quejandos, bem como os crimes que praticaram com toda a impunidade? O seu ensurdecedor silêncio sobre essas abjecções parece amplamente eloquente, sobretudo para quem diz não ser de direita (????).
Dá a ideia de não querer comprometer-se com nada nem com ninguém, o que me lembra um verso famoso: “maldigo la poesia di quien no toma partido, partido hasta manchar-se”…
Boa tarde, o texto é grande, não tem nada de confuso.
Não falei do cónego, nem dos quejandos, porque não era deles que se estava a falar e, de qualquer forma, nem o cónego, nem os quejandos tiveram a mesma visibilidade, protagonismo ou deixaram a marca histórica e, vamos lá, atuação incoerente que Otelo teve.
Sempre o considerei um homem mau porque essa foi a imagem que ele sempre passou, desde quando disse : “Oxalá” não tenhamos que meter no Campo Pequeno “aquela gente”. Hum, fantástica imagem. E como seriam mortos? A tiros de G3 ou, em memória dos circos romanos, soltavam uns leões?
Passando pelas extraordinárias ações do COPCON, por ele dirigido.
Até ao fecho, com chave de oiro, nas FP25.
Agora, com a sua morte, procurei informação porque não gosto de comentar ou dar opiniões baseadas em impressões, ideias feitas, ressentimentos, frustrações e outras coisas quejandas mas, sim em informação real.
Para além disso, este comentário vem na sequência do meu outro comentário, na anterior publicação da Raquel Varela, acerca deste assunto.
E, sabe, finalmente, encontrei a resposta, já sem procurar. É que não tinha dado a importância a um elemento fundamental, que desvalorizei.
Otelo queria ser ator. Amava e vibrava com os aplausos, queria ser um líder ou, quiçá, à moderna, um influencer, com muitos seguidores.
Ora, com o passar do tempo e os novos acontecimentos, Otelo foi perdendo o protagonismo. Já não tinha multidões de fãs para lhe afagarem o ego ou aplaudirem.
Deve ter-se sentido profundamente injustiçado e, a qualquer preço, procurou recuperar o estatuto de “diva”. E é isto.
Ele era um sujeito alegre, simpático, mesmo empático, que fazia amigos com facilidade e até os apoiava, caso necessitassem, porque ele, Otelo, precisava do seu palco, dos seus aplausos, da sua “grandeza”.
Se não conseguir interpretar o meu texto, não sei mais o que fazer.
Cumprimentos
Dados os substanciais e objectivos argumentos da Teresa, vejo-me obrigado a concordar com ela. De facto, Otelo era um homem mau e um mau actorzinho. Só mesmo uma personalidade maléfica e ínfima poderia não apenas ter concebido e mais ainda organizado e levado a cabo uma revolução que destituiu uma velha ditadura, uma das últimas do continente e que até precipitou a queda da outra aqui ao lado. A sua maldade prova-se ainda mais com o facto extraordinário de ter conseguido que nenhum dos seus homens disparasse um tiro, contráriamente aos pides que abriram fogo contra populares desarmados. Aliás, é essa sua preocupação permanente que faz todo o sentido quando “dirigiu” as acções armadas das FP25. São dois aspectos muito coerentes. E fez tudo isso, imagine-se, porque, como Teresa brilhantemente descobriu, queria era ser actor. Foi aliás também por isso que se candidatou à presidência, apesar de não poder contar com nenhuma máquina partidária e até com a aberta hostilidade dos burocratas do PC, obtendo um muito honroso 2º lugar.
Sobre a rede bombista e seus acólitos, apenas a citei para comparação. Ninguém é mau em abstrato. Temos de comparar a maldade com a de outrem, mas claro que a violência da extrema direita é sempre muito incómoda até para aqueles que dizem não ser direita, por falta de coragem em assumir-se.
De facto, admito que a Teresa estava certa.
Mais uma vez, palavras certeiras sobre factos, das quais destaco “(…) Não me parece por isso escandaloso que o Estado declare luto nacional por Spinola – chefe de dois golpes de Estado e ligado à direita bombista – e à irmã Lucia, uma criança que viu uma “aparição”. (…)”