Acabei-o hoje. Um dos livros da minha vida. Uma reflexão sobre a “identidade” a partir da resistência judaica. Nada é só o que parece ser. Uma lição de realidade e humanidade contra o dogmatismo identitário, contra a pureza étnica, e muito mais. Genial. Em tempos de identitarismos, Primo Levi leva-nos à profundeza da complexidade política, social e individual. O que é ser resistente, bolchevique, russo, judeu, judeu-russo, polaco, polaco salvo por russos, russos mortos a salvar polacos, russos a matar polacos, polacos a matar judeus, judeus a salvar russos, ser judeu da Sibéria ou da França, as várias frações do sionismo, ser italiano, ser italiano comunista, ser judeu músico, ser judeu rico, ser um não nazi na Alemanha nazi, e muito mais. A realidade muito mais rica do que a “identidade”. Uma escrita, além do mais, perfeita, sem pedras, sem soluços, sem falsas emoções, sem falsos desesperos e sem falsas esperanças. Um mergulho na mais apaixonante realidade.
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