Meses antes de de Howard Zinn morrer escrevi-lhe sobre o meu projecto da História do Povo na Revolução Portuguesa. O maior historiador da América, infelizmente não editado em Portugal, coisa que ainda não entendo, que tinha começado a vida como estivador, filhos de judeus pobres emigrados, escreveu-me de volta com um enorme entusiasmo e devo dizer mesmo carinho – sem me conhecer. Este mês o meu livro é publicado em França na mesma editora francesa que o publica. O significado disso para mim é imenso porque ele é e será sempre o mestre da historiografia social que não se limita a fazer a história dos debaixo, das vítimas, do trabalho, com suas misérias e grandezas, é muito mais do que isso, as Peoples History, de que ele foi o percursor em todo o mundo, é a história de um tipo particular de subalternos. E que por isso não se podem chamar subalternos – é a história dos que resistiram.
Para os amigos franceses o livro já se encontra à venda em França, e em Janeiro devo fazer algumas apresentações no país de Blanqui e Jaurès, no país que em 1945 tinha meio milhão de militantes armados na resistência ao nazismo.
Pas de nouvelles parutions de livres ce mois-ci – il faudra attendre novembre pour lire Un peuple en révolution, l’ouvrage de Raquel Varela sur la révolution portugaise.
Força e animo .